Os Gessos e a Imagem em Movimento: Aparições

Palavras-chave: imagem em movimento, gessos, moldes, negativo, dialética

Resumo

Este estudo debruça-se sobre a hipótese do campo da imagem em movimento, através de um caso específico, se constituir num sistema operativo de produção de imagens “problemáticas”, instáveis e abertas, com base numa dialética de negativos realizada a partir de objetos em gesso do acervo da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Das visitas guiadas a gipsotecas iluminadas por archotes, à introdução da fotografia e do cinema como hipótese dialética do futuro interrogar o passado a partir da condição comum que o negativo estabelece, procedemos a uma progressão de referências que estiveram na origem da criação do filme experimental da nossa autoria, Duplo Negativo/Double Negative. A possibilidade do surgimento de “aparições”, como momentos de síntese, pretende ser o resultado da utilização central e em cadeia de duplos negativos em metamorfose lumínica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Rogério Taveira, Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas-Artes, (CIEBA), Lisboa, Portugal

Nasceu em Lisboa, 1966. Licenciou-se em Arquitetura pela
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, em
1989. Em 2011 concluiu o seu doutoramento em Belas-Artes na
Faculdade de Belas-Artes da Universidade Politécnica de Valência,
Espanha. Iniciou a sua carreira profissional como designer gráfico
e ilustrador em 1988 e no final dos anos 90 concentrou-se nos
novos media, vídeo e fotografia tendo ganho vários prémios
pelos seus filmes interativos experimentais em DVD. Desde 2006
é Professor Auxiliar e Investigador do Departamento de Arte
Multimédia da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de
Lisboa, onde lecciona fotografia e vídeo nos 3 ciclos de estudos.
Foi convidado para lecionar em escolas de arte internacionais:
Estónia, Espanha, Montenegro, Israel, Marrocos, Noruega
e ganhou várias bolsas Erasmus+ KA1 para desenvolver
investigação sobre o espaço mediterrâneo com enfoque na
arte contemporânea como ferramenta dialógica: Montenegro,
Israel, Líbano , Marrocos. A primeira exposição sobre este tema
foi Re-Imaginar o Mediterrâneo: Portugal e Montenegro em
2018, seguindo-se a 2023 Re-Imagining the Mediterranean:
Portugal and Montenegro (2.ª edição). É autor de vários filmes
documentais sobre artistas e arquitectos. A sua atividade
artística vai do desenho à fotografia, vídeo, performance
e som com enfoque em site-specificity, labor e memória:
- QUEDA, exposição na Galeria Diferença em Lisboa, 2022.
- QUEDA (2), exposição na Biblioteca e Arquivo do Município de
Grândola, 2023.
Recentemente o seu trabalho foi incluído em várias mostras
coletivas:
-Infinite Sculpture no Palais des Beaux Arts em Paris, 2019.
-Esculturas Infinitas na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa,
2020.
-No Reino das Nuvens: Os Artistas e a Invenção de Sintra no MU.SA
Museu das Artes de Sintra, 2021.
Em 2022 co-organizou e co-curou o evento (residência artística
e performance) em Paris: Nous ne sommes (toujours) quelque
part, integrado no “Festival D’Automne” e “Saison Croisée France-
Portugal”.

Referências

ALEKAN, H. (1984). Des Lumières et des Ombres, Dans la Nature et dans les Arts, Paris: Le Sycomore.

BARTHES, R. ([1980] 2005). A Câmara Clara. Trad. Manuela Torres, Lisboa: Edições 70.

BENJAMIN, W. ([1982] 2009). Passagens. Trad. Irene Aron, Belo Horizonte: Editora Universidade Federal de Minas Gerais e São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

CURTIS, P. (2017). Escultura em Filme. The Very Impress of the Object. https://gulbenkian.pt/museu/the-very-impress-of-the-object/. [consulta: 27-06-2021]

DELEUZE, G. ([1983] 2004). Cinema-Movimento. Cinema 1. Trad. Rafael Godinho, Lisboa: Assírio & Alvim.

DELEUZE, G. ([1985] 2006) Cinema-Tempo. Cinema 2. Trad. Rafael Godinho, Lisboa: Assírio & Alvim.

DIDI-HUBERMAN, G. (2008). La Ressemblance par Contact. Archéologie, Anachronisme et Modernité de L’Empreinte. Paris: Les Éditions du Minuit.

HÖNES, H. C. (2015). «Enlivening and – Dividing» An Aporia of Ilumination”. In Contemporaneity. Historical Presence in Visual Culture, 4 - 1: 1-23. https://doi.org/10.5195/contemp.2015.73. [consulta: 17-06-2021]

JACOBS, S., FELLEMEN, S., ADRIAENSENS, V. & COLPAERT, L. (2017). Screening Statues, Sculpture and Cinema. Edinburgh: Edinburgh University Press.

JOHNSON, G. A. (1995). “The Very Impress of the Object”: Photographing Sculpture from Fox Talbot to the Present Day. London and Leeds: Strang Print Room, University College London, and Leeds City Art Gallery.

JOHNSON, G. A. (2006). “All Concrete Shapes Dissolve in Light: Photographing Sculpture from Rodin to Brancusi”. In Sculpture Journal, 15-2: 199–222.

JOHNSON, G. A. (2017). “Photographing Sculpture, Sculpting Photography”. In Photography and Sculpture: The Art Object in Reproduction, Hamill, S. e Luke, M. (ed.). Getty Research Institute, 271-299.

KRAUSS, R. ([1977]2001). Caminhos da Escultura Moderna. Trad. Julio Fisher. São Paulo: Martins Fontes.

RESNAIS, A., MARKER, C., & CLOQUET, G. (1953). Les statues meurent aussi, B&W, 30’.

SENNETT, R. ([1994]1997). Carne e Pedra: O Corpo e a Cidade na Civilização Ocidental. Trad. Marcos Aarão Reis. Rio de Janeiro: Editora Record.

Talbot, W. H. F. (1844). The Pencil of Nature. London: Longman, Brown, Green and Longmans. https://www.gutenberg.org/files/33447/33447-pdf.pdf [consulta: 23-06-2021]

Publicado
2023-06-21
Como Citar
Taveira, R. (2023). Os Gessos e a Imagem em Movimento: Aparições. Ge-Conservacion, 23(1), 191-197. https://doi.org/10.37558/gec.v23i1.1209
Secção
Suplemento