O navio Argo como metáfora metodológica na conservação de propostas que adotam como discurso o devir processual do seu desaparecimento
Resumo
O navio Argo, como dizia Roland Barthes, fornece-nos uma alegoria útil: a de um objeto que muda de matéria, mas não de identidade. Tomaremos emprestada esta alegoria para refletir sobre a conservação das obras contemporâneas cuja configuração é efémera ou incorpora elementos que se degradam. Juan Loeck, com as suas peças feitas de gelo, torna-se o ponto de partida ideal para uma discussão a este respeito. Nas tendências conceptuais e pós-conceptuais, a ideia e o processo tornam-se os protagonistas, conduzindo por vezes ao desaparecimento da obra como um efeito premeditado.
Como proceder perante peças que se baseiam no próprio processo de destruição? As metáforas pós-estruturalistas fornecem novos modelos de análise quando as noções de singularidade, originalidade e durabilidade já foram minadas. O dispositivo Argo é assim revelador: a obra pode talvez mudar para permanecer a mesma.
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